ARQUITETURA NA FAVELA - ARQUITETURA DA FAVELA

Neste Blog é apresentado o Diário de Campo da pesquisa de doutorado denominada - Chão desenvolvida no período de 2008 a 2012 no curso de Pós Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Esta pesquisa teve como principal ação a produção colaborativa do conhecimento entre universidade (FAUUSP) e população (Comunidades do distrito de Brasilândia). Para isso foram criadas celulas de pesquisa em locais estratégicos para o desenvolvimento destes estudos na região. Os resultados desta pesquisa estão disponíveis em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-30082012-092124/pt-br.php , bem como no site http://espiral.net.br/brasilandia/index.html .

terça-feira, 26 de outubro de 2010

PONTO DE MEMÓRIA - Distrito de Brasilândia


No dia 23 de Outubro, integrantes do projeto Chão participaram de uma das reuniões do Ponto de Memória, projeto que está em fase de implantação do Distrito. Os Pontos de Memória têm por concepção reconstruir a memória social e coletiva de comunidades, a partir do cidadão, de suas origens, suas histórias e seus valores (Ministério da Cultura). A intenção do projeto Chão é contribuir com estudos sobre a memória social e de expansão urbana da região. Estudos realizados pela FAUUSP na região desde 2004.

CINEMA E PERIFERIA - PRODUÇÃO DO DOCUMENTÁRIO SOBRE AS COMUNIDADES NA SERRA DA CANTAREIRA 23 de Outubro de 2010

O grupo envolvido com o projeto À Margem do Cinema: vidas imaginadas, decidiu fazer um documentário sobre as comunidades da Serra da Cantareira ( Jardim Paraná, Favela Ordem e Progresso, Favela Fazendinha, e Loteamento Vila Esperança, para registrar depoimentos sobre a realidade local. Atualmente estas comunidades vivem um sentimento de provisoriedade permanente. A comunidade do Jardim Paraná por exemplo, poderá ter um grande número de remoções de moradias para implantação do trecho norte do Rodoanel. O mesmo acontece com a Comunidade Vila Esperança que já tem a sentença judicial definida, na qual as casas serão demolidas e os moradores indenizados pelo loteador. Os moradores da Comunidade Ordem e Progresso já foram informados pela prefeitura que serão removidos, atualmente são processados por crime ambiental. E a ocupação Fazendinha, que já foi removida uma vez e que novamente recebeu declarações de remoção da prefeitura. Todos esses processos são acompanhados pela Defensoria Pública,e foram apresentados para lideranças locais e representante do Projeto Chão no dia 21 de Outubro de 2010.

CINEMA E PERIFERIA


No Sábado dia 16 de outubro, os integrantes do projeto Chão juntamente com os alunos da disciplina da FAUUSP AUP665 - À Margem do Cinema, fizeram percursos de campo no distrito de Brasilândia com o objetivo de promover a reflexão crítica da paisagem associando estes estudos à analises de filmes produzidos na região. Conhecemos a produtora local Brasilândia Filmes, coordenada pela produtora Julia Campos e conversamos com o ator local Black Gero.Este projeto pode ser acompanhado pelo blog http://cinemabrasilandia.wordpress.com/ .

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

REUNIÃO SOBRE REMOÇÕES EM COMUNIDADES DA PRÉ-SERRA DA CANTAREIRA 09 de Outubro 2010


Neste sábado, fomos convidados pela moradora Fátima para conhecermos a comunidade Ordem e Progresso (localizada parte em área pública do CEU PAZ e parte em área particular). A moradora reuniu um grupo de moradores que estão sendo pressionados pelo prefeitura para saírem do local. Segundo a moradora Luciola Antunes, na área particular o próprio dono do terreno estimulou a ocupação dizendo "corte logo o mato e se instalem", e hoje o mesmo proprietário pede a reintegração da posse do terreno já desmatado. Outras denúncias foram feitas nesta reunião, desde a postura da prefeitura em levar o material de construção da população e não dizer para onde sacos de cimento são levados bem como a indenização que somente alguns moradores receberão para sair da comunidade. Segundo moradores o cheque despejo é de R$1500,00 para quem é solteiro - R$3000,00 para casal - R$ 5000,00 para casal com filhos. Esta indenização mínima faz com que os moradores que decidam sair desta comunidade, iniciem uma outras ocupações em regiões ainda mais frágeis ambientalmente. Muitos moradores disseram que estão nesta comunidade atualmente por já terem sido removidos de outras comunidades recebendo este mesmo valor. Um morador disse que tinha uma casa de alvenaria com dois comodos na Comunidade Peri e que foi removido recendo R$5000,00. O que pode comprar foi um lote nesta comunidade no valor de R$500,00 e construiu um barraco de madeira, que no início do ano foi queimado.
Os estudos sobre a postura do poder publico nestas regiões, sua contribuição para a expansão urbana precária na Serra da Cantareira é um temas de estudo do Núcleo de Documentação e Informação da Paisagem Local.

CONVERSAS SOBRE MEMÓRIA E PAISAGEM 09 de Outubro de 2010

No dia 09 de outubro na Associação Cantareira fizemos uma primeira reunião sobre Memória e Paisagem que é um dos temas de pesquisa do projeto Chão. Os moradores Élcio e JC, apresentaram propostas de estudos sobre a história do distrito, e possivelmente faremos uma parceria para novos estudos na região. Eles compõe um grupo de moradores que coordena o projeto Pontos de Memória do Ministério da Cultura. Os Pontos de Memória têm por concepção reconstruir a memória social e coletiva de comunidades, a partir do cidadão, de suas origens, suas histórias e seus valores. Será desta forma muito importante para os dois projetos a produção conjunta deste conhecimento.

ORGANIZAÇÃO DO PRIMEIRO DEBATE NA RÁDIO - Associação Cantareira e Projeto Chão 02 de Outubro de 2010

No dia 02 de outubro, saímos em busca de depoimentos de moradores para nosso primeiro espaço na Rádio Cantareira, um convite feito pelo José Eduardo um dos coordenadores da rádio. A proposta era no dia 04 de outubro dia mundial do habitat discutirmos sobre o tema deste ano " melhores cidades, vidas melhores". Os moradores lembraram dos problemas da saúde pública, da falta de emprego, de acesso à moradia e também de fé. Contamos também com a colaboração do Prof. Dr. Euler Sandeville Jr e da Profa. Dra. Raquel Rolnik relatora da ONU, que gravaram entrevista para a rádio. Foi um importante passo para o projeto Chão, já que pudemos ampliar a divulgação das áreas pesquisadas e informar a população local sobre os problemas relacionados ao Aterro Itaberaba e  à implantação do Rodoanel Trecho Norte.

APRESENTAÇÃO DA DERSA - Trecho Norte do Rodoanel 28 de Setembro 2010

A OAB Santana convidou a DERSA para apresentar o projeto do novo traçado do Rodoanel Trecho Norte. Pesquisadores da FAUUSP - LABCIDADE estiveram presentes bem como pesquisadores do Núcleo de Documentação e Informação da Paisagem Local. A apresentação foi rápida e não foi possível identificar naquele momento, quais comunidades seriam atingidas pela obra. Ao questionar os impactos dos outros trechos ao induzirem o processo de expansão urbana principalmente irregular, Marcelo Barbosa Gerente Ambiental da Dersa, disse que não é responsabilidade do projeto as questões de habitação irregular, mesmo assim disse que no trecho Sul existe um projeto de monitoramento destas ocupações por 20 anos. Segue abaixo um resumo da palestra disponibilizado no site http://www.znnalinha.com.br/ .
1 - A DERSA analisou 19 opções de traçado no trecho Norte, e já definiu um traçado preferencial.
2 - Esse traçado preferencial é também chamado de "opção Sul", ficando no lado "de baixo" da serra da Cantareira, passando assim próximo dos distritos Brasilândia, Cachoeirinha, Mandaqui e Tremembé.
3 - Uma referência é o clube de funcionários da SABESP, na Vila Rosa: o traçado passaria exatamente sobre esse clube, onde ficava o primeiro reservatório de água da cidade de São Paulo
4 - O traçado preferencial terá seis túneis, sendo cinco no município de São Paulo, e um em Guarulhos.
5 - O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) já foram feitos e protocolados na Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
6 - Segundo o eng. Barbosa, a licença ambiental do trecho Oeste levou 4 anos, mas a do trecho Leste apenas 10 meses. Se forem aprovadas as licenças ambientais do trecho Norte, a proposta da DERSA é iniciar as obras em 2011, com entrega em 2014.
7 - Barbosa concordou com a afirmação do público, de que o traçado do Rodoanel vai passar pela zona de amortecimento (protetora) do Parque Estadual da Cantareira.
8 - O custo é de cerca de R$ 5 bilhões, valor que inclui as desapropriações necessárias.
9 - O EIA e o RIMA da trecho Norte já estão disponíveis para serem baixados no site www.dersa.sp.gov.br, clicando em Rodoanel, trecho Norte.(O mapa detalhado do traçado está na pág. 24 do RIMA)

No dia 06 de outubro foi feita uma nova reunião no Instituto Florestal, segue abaixo o resumo com as principais informações disponibilizadas pelo site http://www.znnalinha.com.br/ que foram passadas nesta nova reunião.
1 - Reconhecendo a Serra da Cantareira como elemento estrutural fundamental, o estudo considerou três opções gerais de traçado: exterior (passando pela represa Paiva Castro e Mairiporã), intermediária (pelo Norte da serra, rente ao Parque Estadual da Cantareira na parte "de cima"), e a interior (na parte Sul da Serra, parte "de baixo" do parque).
2 - Avaliadas as opções, foi escolhida a opção interior, com um traçado mais curto e menos impactante ao Parque Estadual da Cantareira e aos futuros parques Itapetinga e Itaberaba, em Guarulhos. Essa opção interfere em 98 hectares de mata, contra 129 hectares da opção intermediária.
3 -Seis túneis, com uma extensão total de 6,3 km, sendo cinco em São Paulo e um em Guarulhos. A obra ocupa uma faixa de domínio de 130 metros. Ficou claro que pelo menos dois trechos urbanos, ainda livres de edificações, serão afetados: a várzea em frente à Estação de tratamento do Guaraú, na av. Santa Inês, e a Fazenda Santa Maria, entre as avenidas Nova Cantareira e Cel. Sezefredo Fagundes.
4 - O Clube de Funcionário da Sabesp, na Vila Rosa, será praticamente transformado em pátio de obras, pois estaria entre a desembocadura de dois túneis.
5 - Cerca de 2.700 edificações, que incluem 2.200 residências, terão que ser removidas, mediante desapropriação ou programas de reassentamento.
6 - Todos os cruzamentos da rodovia com o Parque Estadual da Cantareira serão feitos por túneis que, segundo a equipe que elaborou o EIA-RIMA, serão profundos, a cerca de 90 metros de profundidade.
7 - Os trechos Oeste e Sul, já em funcionamento, não tem ligação com avenidas locais. Mas o trecho Norte prevê uma conexão com a av. Inajar de Souza, na Brasilândia. Isso pode induzir a ocupação no entorno dessa área.
8 - O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) da trecho Norte já estão disponíveis para serem baixados no site www.dersa.sp.gov.br, clicando em Rodoanel, trecho Norte.

VISITA MONITORADA NO ATERRO ITABERABA 18 de Setembro 2010


Conseguimos após dois meses visitar a área interna do aterro. Fomos acompanhados pelo Engenheiro Operacional Cleiber que coordena as atividades do aterro. Estavam presentes pesquisadores do Núcleo de Documentação e Informação da Paisagem Local, pesquisadores colaboradores da USP e a professora da Universidade do Grande ABC Profa. Dra. Mariana de Melo Rocha especialista em aterros. Segundo o Eng. Cleiber os problemas relacionados ao grande número de caminhões na Av. Dep. Cantídio Sampaio  bem como o excesso de barro levado pelos caminhões à avenida e a poeira, foram minimizados por ações da empresa nos últimos meses, como lavar as rodas dos caminhões antes de sair do aterro e lavar áreas da avenida próximas ao aterro. Questionado sobre o grande volume atual do aterro, se isentou de maiores responsabiliades, disse que o impacto principal foi feito pela antiga pedreira, e que as casas é que estão irregularmente implantadas, não o aterro. Disse também que contribuem com instituições religiosas na região e em troca pedem para que estas instituições "informem  sobre a grande contribuição" que o aterro oferece à região ao gerar empregos. Sobre o garimpo, disse que acontecia em anos anteriores, atualmente não cobram nada dos moradores mas permitem sua entrada após às 18:00hs para fazerem o garimpo. Informação duvidosa já que entrevistamos neste mesmo dia um morador que tem como muitos outros moradores acesso direto ao aterro da sua própria casa, e que estava trabalhando durante o dia no aterro. O engenheiro ainda informou que em novembro deveria sair o resultado do processo de prorrogação de funcionamento do aterro, que já deveria ter suas atividades encerradas em 2008, mas à pedido da prefeitura teve dois anos de prorrogação de funcionamento e agora terá mais 5 anos. De acordo com o engenheiro 90% do resíduo que chega ao aterro vem da prefeitura.

ESTUDOS DE REPRESENTAÇÃO SOCIAL com alunos da FAU USP - 18 de Setembro 2010


Este encontro compõe uma série atividades do projeto de extensão universitária "À Margem do Cinema". Os alunos percorreram as atuais áreas de estudo do Projeto Chão, Aterro Itaberaba e comunidades da Serra da Cantareira em processo de expansão urbana. Os alunos foram recebidos pela moradora Rosa do Jardim Paraná, que contou sua trajetória na região. Mais informações sobre o projeto de extensão podem ser obtidas no blog http://cinemabrasilandia.wordpress.com/.

ESTUDO DE CAMPO - ATERRO INDUSTRIAL ITABERABA - ÁREA BAIXA 04 de Setembro 2010

No dia 04 de setembro buscamos novas informações de campo, junto com moradores que moram na área baixa do aterro. Os moradores reclamaram da poeira gerada pelo grande número de caminhões que despejam entulho. Alguns moradores disseram que já presenciaram o despejo de resíduo hospitalar e de cemitério. E disseram que muitas pessoas não se organizam que questionar os problemas gerados pelo aterro, porque têm muitos moradores que acreditam que na área será construído algum equipamento para população - sobre o aterro. Este equipamento foi relatado como: Escola, Área de Esporte e Lazer, até mesmo Conjunto Habitacional.

ESTUDO DE CAMPO - ATERRO INDUSTRIAL ITABERABA 28 de Agosto 2010

Neste dia percorremos as áreas lindeiras ao aterro junto à Av. Deputado Cantídio Sampaio. O objetivo era conversar com os moradores desta região, já que os mesmos fizeram manifestações contra o grande número de caminhões de resíduos inertes que chegam diariamente no aterro, cerca de 350 caminhões. Esta área foi indicada para pesquisa no início do ano por uma moradora que participou das reuniões para a criação do núcleo de pesquisa. Segundo a moradora a área é um foco de pressão ambiental, que teve como primeiro uso de grande impacto uma pedreira, antiga "Pedreira Clara Nunes", e atualmente é um aterro industrial que recebe resíduos inertes, principalmente resíduos da construção civil. O problema segundo os moradores, é o grande volume deste aterro, porque antes onde era uma cava de pedreira agora é um imenso morro de entulho junto à casas autoconstruídas. Muitos moradores tem medo, "treme minha casa, várias pessoas denunciaram, eu não quero perder a minha vida e a dos meus filhos"Daniela 28 anos. O aterro também sustenta um outro processo de injustiça ambiental no qual moradores de várias regiões do distrito usam este espaço como garimpo. Um jovem "garimpeiro" morreu  soterrado e muitos moradores tiveram problemas de saúde. Isto porque de acordo com denúncias de moradores chega outros tipos de resíduos não só o da construção civil. Além disso, a população denuncia que os guardas cobram dos moradores para eles entrarem e fazerem o garimpo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PRIMEIRA APRESENTAÇÃO DO PROJETO PARA MORADORES/PESQUISADORES 14 e 21 de Agosto 2010

Nos dias 14 e 21 de Agosto, foi apresentado para os moradores convidados à participar do projeto a proposta do núcleo de estudos e os temas de estudos selecionados por lideranças da região que participaram no primeiro semestre de 2010 de reuniões para criação do núcleo.

CRIAÇÃO DO NÚCLEO 07 de Agosto 2010

No dia 07 de agosto concluímos a implantação do Núcleo de Documentação e Informação da Paisagem Local - LABCIDADE/Brasilândia. Para implantação do núcleo foi cedida pela Associação Cantareira, uma sala para instalação da área de computadores e biblioteca e uma sala de reuniões. Endereço: Rua Jorge Pires Ramalho, 71 - Vila Izabel - Distrito de Brasilândia - SP.