Cerca de 20 moradores do Jardim Paraná participaram da audiência pública, junto com mais de mil cidadãos e reprentantes do poder público, DERSA, JGP, ongs e universidades. Foi apresentado pela primeira vez, oficialmente o traçado proposto do Rodoanel. Até então a população só teve estas informações pelo projeto Chão, ou por jornais locais que também o projeto Chão levou as informações publicadas.
Mesmo com poucos moradores, foi muito importante esse momento. Além de ter contato com o drama de outras populações que sofrerão com o projeto, eles apresentaram de forma clara questões sobre o estudo. Tairton, morador e pastor da comunidade falou sobre os impactos indiretos do rodoanel que não foram quantificados no estudo, sobre os problemas estruturais do CEU Paraná que serão agravados com a obra, sobre o Programa de Reassentamento Involuntário apresentado no EIA, e sobre a falta de comunicação e informação já que a população não tem internet e as principais informações estão somente na internet. Ele estava emocionado, e foi aplaudido.
Fiquei feliz, e emocionada porque eu não precisava falar. Em dois meses de estudos, debates, reuniões externas com outros grupos, a população que não sabia sobre este traçado e este novo cronograma de obra estava informada, apresentando questões próprias baseada em dados técnicos, em suas hístórias de vida, e em dados de outras populações também afetadas que eles tiveram contato neste período.
Vamos tentar participar da audiência em Guarulhos, já que a mesma foi remarcada. Isto porque houve um tumulto quando a população presente descobriu que moradores de São Bernardo do Campo que chegaram de ônibus foram pagos pela DERSA (R$50,00 cada), para falar bem do Rodoanel.
BLOG DO RODOANEL ZN NA LINHA
O peso se mostrava na entrada da Casa de Portugal: dezenas de policiais PM garantiam a "segurança" da audiência. Parecia que um grande conflito ou risco iminente à ordem social estava para acontecer.
Mas era a audiência pública para licenciamento ambiental do trecho Norte do Rodoanel. Momento em que a população podia manifestar sua opinião e posição. E a população se manifestou com força.
"Em 2004 a sociedade se mobilizou contra o câncer que se insurgia, e teve êxito. Mas o câncer voltou". "Não são 20 moradias na Vila Rica não, são 85!" "Uma escola vai desaparecer, e em vez de criarmos cidadãos, vamos criar crianças doente pulmonares." "Como vão ficar os 2.100 alunos do CEU Paz? O bairro não tem como aguentar essa obra!" "Não houve comunicação de espécie alguma. Se a USP não tivesse avisado a gente do Jardim Paraná, a gente não estaria aqui." "Por que o traçado contorna a pedreira em Taipas, que é prejudicial aos moradores, e vai passar onde não deve?" "Como pode um megaprojeto desse não ter uma consulta popular proporcional a isso? Precisamos ter um plebiscito popular!" "Por que não vai ter uma audiência na regão de Taipas e da Brasilândia?" "Aziz Ab´Saber já propõe a passagem do Rodoanel bem mais distante." "E as obras complementares que não estão no projeto? Como é que a Raimundo Pereira de Magalhães e a Cantidio Sampaio vão aguentar o trânsito de mais carros e caminhões?" "Não pode existir isso de criar um Muro de Berlim, usando o Rodoanel para teoricamente barrar o crescimento da cidade!" "Falaram que vão passar em cima da favela. Nós somos pobres, mas nossas casas são lindas! São mansões!" "Fizeram um 'S' do Senna para contornar a pedreira, preservando os interesses dos empresários." "A velocidade é grande, vai haver acidentes. E se tiver acidente com cargas tóxicas na serra da Cantareira?" "Só mostram as partes bonitas. E o assoreamento da represa no trecho Sul?"
José Ramos de Carvalho, gestor ambiental e morador do Jaçanã, narrou os problemas do Vale do Rio Cabuçu, na divisa de São Paulo com Guarulhos. Ele mostrou que, além dos velhos problemas de poluição da região: Terminal de Cargas Fernão Dias, cruzamento da Fernão Dias com via Dutra e o aeroporto de Cumbica, agora o Rodoanel ameaça piorar as condições ambientais da região. Ele fez o triste relato dos problemas de saúde de sua mãe, causados por essa situação, que pode ser agravar.
Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, alegou que é uma obra intermunicipal, na alçada da governo estadual, e que cada prefeitura vai se manifestar por escrito no momento certo. Ele afirmou que no trecho Sul a sua secretaria pediu que não fosse aberto um acesso para a av. Sen. Teotônio Vilela, em Parelheiros. Considerou uma vitória da sua secretaria que nenhum acesso à área urbana foi permitido. E agora, com os acessos á av. Raimundo Pereira de Magalhães e à Inajar de Souza? Tomará a mesma posição no trecho Norte?
Mas era a audiência pública para licenciamento ambiental do trecho Norte do Rodoanel. Momento em que a população podia manifestar sua opinião e posição. E a população se manifestou com força.
"Em 2004 a sociedade se mobilizou contra o câncer que se insurgia, e teve êxito. Mas o câncer voltou". "Não são 20 moradias na Vila Rica não, são 85!" "Uma escola vai desaparecer, e em vez de criarmos cidadãos, vamos criar crianças doente pulmonares." "Como vão ficar os 2.100 alunos do CEU Paz? O bairro não tem como aguentar essa obra!" "Não houve comunicação de espécie alguma. Se a USP não tivesse avisado a gente do Jardim Paraná, a gente não estaria aqui." "Por que o traçado contorna a pedreira em Taipas, que é prejudicial aos moradores, e vai passar onde não deve?" "Como pode um megaprojeto desse não ter uma consulta popular proporcional a isso? Precisamos ter um plebiscito popular!" "Por que não vai ter uma audiência na regão de Taipas e da Brasilândia?" "Aziz Ab´Saber já propõe a passagem do Rodoanel bem mais distante." "E as obras complementares que não estão no projeto? Como é que a Raimundo Pereira de Magalhães e a Cantidio Sampaio vão aguentar o trânsito de mais carros e caminhões?" "Não pode existir isso de criar um Muro de Berlim, usando o Rodoanel para teoricamente barrar o crescimento da cidade!" "Falaram que vão passar em cima da favela. Nós somos pobres, mas nossas casas são lindas! São mansões!" "Fizeram um 'S' do Senna para contornar a pedreira, preservando os interesses dos empresários." "A velocidade é grande, vai haver acidentes. E se tiver acidente com cargas tóxicas na serra da Cantareira?" "Só mostram as partes bonitas. E o assoreamento da represa no trecho Sul?"
José Ramos de Carvalho, gestor ambiental e morador do Jaçanã, narrou os problemas do Vale do Rio Cabuçu, na divisa de São Paulo com Guarulhos. Ele mostrou que, além dos velhos problemas de poluição da região: Terminal de Cargas Fernão Dias, cruzamento da Fernão Dias com via Dutra e o aeroporto de Cumbica, agora o Rodoanel ameaça piorar as condições ambientais da região. Ele fez o triste relato dos problemas de saúde de sua mãe, causados por essa situação, que pode ser agravar.
Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, alegou que é uma obra intermunicipal, na alçada da governo estadual, e que cada prefeitura vai se manifestar por escrito no momento certo. Ele afirmou que no trecho Sul a sua secretaria pediu que não fosse aberto um acesso para a av. Sen. Teotônio Vilela, em Parelheiros. Considerou uma vitória da sua secretaria que nenhum acesso à área urbana foi permitido. E agora, com os acessos á av. Raimundo Pereira de Magalhães e à Inajar de Souza? Tomará a mesma posição no trecho Norte?
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